(Pondo um pouco de música como já feito anteriormente, com interpretação livre da mesma)
De vez em quando já parou pra pensar sobre seu histórico afetivo? Imagine que você, vasculhando seu passado, leve sua memória até aqueles remotos tempos de conversas com seus colegas de rua ou de escola, época na qual os assuntos de conquistas ao sexo oposto começam a ser expostos com maior intensidade, acompanhando a efervescência dos hormônios. E vai se lembrando que ria com inúmeras histórias, diversos casos sobre as "namoradinhas" de seus colegas, mas também lembra que, muitas vezes, você só ouvia, não tinha história pra compartilhar, ainda penava pra entender como eles conseguiam e você, não. Mas aí, se pensa: "Mas essas são passagens de um tempo onde ainda não se tem noção real da vida". Muito bem, então você começa a avançar com suas lembranças na linha do tempo até momentos mais recentes. Alguns amigos se mantiveram, outros se afastaram e novos se fizeram chegar. Mas as tais conquistas nunca saem de pauta entre pessoas de um grau considerável de amizade e são relatadas novas histórias de êxito, sejam elas sérias ou casuais. Então se percebe novamente sendo um mero ouvinte da felicidade ou sagacidade alheia. E assim, começa a mergulhar de maneira mais íntima em sua pessoa, recapitulando suas experiências, tentando esmiúçar em cada uma algo que te ajude a entender porque as coisas não andam de um modo que poderiam ser consideradas histórias boas, não no sentido de deixar mais preparado para outras ocasiões, pois isso já é fato, mas no sentido de não ter deixado nenhuma dúvida ou trauma. E no fim das contas, você se vê sem respostas e exatamente do jeito no qual se encontra desde quase sempre: Sozinho.
"Toda solidão tem um por quê
Por quê então do meu sofrer
Se faço de tudo na vida pra ser feliz
Se não desfaço de nada e de ninguém?
Sou tão pouco peso que nem marco o chão
A coisa maior que eu tenho é meu coração
Por quê será que não sei
Por quê será
Que isso acontece comigo
Por quê será?
Meus olhos procuram no tempo uma estrela perdida
Pra que seja só pra mim
Pra que volte o meu cantar (porque)
Meu peito é um barco agarrado na beira do rio
Que fica parado, que fica no frio
Sem poder chegar no mar"
Solidão (Agepê e Canário)
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