Tal canção, em seus primeiros versos, condiciona o sentimento nostálgico ao homem mais afastado das grandes metrópoles:
"..Bicho de rio e de mato
Peixe criado em lagoa
Voa tristeza, voa vempo, voa tempo, voa...."
E depois em outros versos, diz:
"..Mas qual de nós não carrega no peito
Um segredo de amor escondido..."
Ouvindo com um espírito reflexivo mais latente no dia, tomei a liberdade de ampliar os horizontes geográficos, ou seja, deixei de restringir o ambiente no qual vive o Homem (espécie) e pensei da seguinte forma: Todos nós tivemos, em algum momento de nossas vidas, histórias que foram interrompidas muitas vezes de maneira brusca, quando achávamos que o melhor ainda seria vivido. Daí, vêm as teses, dúvidas, pareceres, inconformismos (e/ou) aceitações sobre tudo que envolveu o ocorrido. Então, passado o tempo, essas histórias se tornam lembranças, experiencias que carregamos para o nosso estágio atual.
Porém, pode ser que tal estágio também não se apresente tão promissor, tão tranquilo e sereno quanto esperávamos e, mais uma vez, os pensamentos se cruzam, se desencontram em busca de respostas. E é nesse momento que as antigas lembranças já escondidas em algum lugar da mente resolvem voltar á tona, despertando aquela sensação de que tudo poderia ter sido diferente, caso aquilo não fosse o pretérito e vive nesse instante a vã ilusão de querer de volta o perdido.
"Desde pequeno eu estou por aqui
Na mesma vida que sempre aprendi
Bicho de rio e de mato
Peixe criado em lagoa
Voa tristeza, voa vento, voa tempo voa
O cavaleiro na estrada sem fim
O contador de uma historia de mim
Vivo do que faz meu braço
Meu braço faz o que a terra manda
Voa tristeza, voa vento, voa tempo voa
Mas qual de nós não carrega no peito
Um segredo de amor escondido?
Diga quem nunca levanta de noite
Querendo de volta o perdido?
Oooô ooô
Quem saberia perder?
Oooô ooô
Quem saberia perder?"
Quem saberia perder
(Sá e Guarabira)
Intérprete: Ivan Lins